quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vírus H1N1 01 x Luis Fernando Verisimo 01



Quando li que o escritor Luis Fernando Verissimo foi internado no dia 21 deste mês em Porto Alegre com dores no corpo e febre alta, logo aquele sinal de alarme subjetivo soou na minha cabeça: é a gripe suína, influenza A! 
Meu Deus, não pode ser, que coisa mais perigosa de se pegar, será que ele não tomou a vacina? Provavelmente não, então já viu, o vírus aproveitou e invadiu logo o organismo de quem, o organismo de um dos maiores talentos do nosso país, verdadeiro patrimônio da literatura nacional?! 

Gente, lição número 1: é preciso se vacinar contra o H1N1;
            lição número 2: é preciso ser revacinado todos os anos, antes do inverno chegar.

Palavra de quem já teve! Em 2009, quando essa vacina ainda não existia. 
Sobrevivi por milagre, os médicos já haviam feito tudo que a Medicina podia fazer, as esperanças de melhora eram praticamente nulas. 
Fui internada com insuficiência respiratória aguda na Unidade de Terapia Intensiva  do Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein, em São Paulo, um dos melhores hospitais do país e do mundo. Mas, depois de nove dias, entubada e  desenganada pelos médicos que só esperavam pelo pior,  inexplicavelmente e contra todas as estatísticas médicas, comecei a reagir e a melhorar. Ainda bem que isso aconteceu, senão eu iria para a traqueostomia! E daí para frente, se não melhorasse, seria a sedação e a morte. 
Nos poucos momentos que eu tinha consciência, eu rezava Ave Marias sem parar, rezei muito, rezei o tempo todo em que estive lúcida comigo mesma. 
Até que, certo dia, de repente, vi uma pessoa vindo em minha direção, passando ao lado da cama. Sem tocar o chão, flutuava aquele ser todo envolto em um manto branco e senti o afago que fez em meu rosto, queixo e garganta, muito rápido, muito leve, nada físico mas tão real como se fosse alguém de carne e osso. Me acariciou e seguiu o seu caminho rápida, suave e silenciosamente. Não sei o seu nome, só sei que comecei a melhorar, fui desintubada e depois de mais cinco dias na UTI, cinco dias na semi-intensiva e uma semana num quarto comum, finalmente me deram alta e voltei para a minha casinha querida. 
O dr. Eduardo, da UTI,  me visitou no quarto e disse que para ele eu era um milagre de Nossa Senhora de Fátima e ficou admirado de eu não haver ficado "esquecida" nem lelé da cabeça com tão pouco oxigênio no cérebro nos primeiros instantes. Mas eu estava normal, se é que se pode me chamar de um ser normal! 
Enfim, passei por vários estágios infernais, entre eles:


1. medo de morrer, 
2. dor horrível com aquela régua espetada na garganta, sem poder falar, comer nem beber, 
3. uma solidão enorme, 
4. sem saber as horas, em que dia do mês estava, se era dia ou se era noite. 
5. Dopada, isso eu sei que eu estava, porque pedi caneta e papel para as enfermeiras para escrever um bilhete e quando eu li o que eu havia escrito naquela folha de papel, fiquei horrorizada ao ver que eram só garranchos, tipo minhoquinhas, um horror! Elas riram de mim, é claro que já tinham rido muitas vezes antes com outros pacientes na mesma situação.

Tomei a vacina em 2010, 2011 e em 2012. Nas duas primeiras vezes não tive reação mas esse ano passei uns 15 dias adoentada, tipo gripada, uma coisa louca mas muito, muito, muito melhor do que a gripe de 2009. 
Por isso, por favor, se vocês se amam, se vocês amam a sua família, tomem a vacina, vai ser bom para todos.
Eu sei que falta muito tempo para o inverno mas quando abril ou ou maio de 2013 chegar, 
    
                                                          V  A C I N E M - S E  ! 








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