quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Café


Crianças não podiam beber café depois do jantar, era muito estimulante, dava insônia. Ordem dos adultos.
 Já papai era a favor da liberdade, ou melhor, tinha coração mole. Me oferecia então uma  e somente uma colher de café. Aquela   colherinha de prata, tão pequena, continha o melhor sabor, a melhor quentura, o melhor perfume e a cor de âmbar avermelhado mais perfeita que alguém pudesse beber, sentir , cheirar e ver. Perfeição de café. Gente, não existe felicidade maior do que terminar um jantar no qual duas pessoas que se amam dividem felizes o mesmo amado cafezinho.

Fazenda de café

Não conheci a fazenda do meu pai. Não tenho nenhuma fotografia de lá. Só sei que ele desbravou a mata virgem para formação do cultivo de café. Acho que em Getulina, SP,  ou Maringá ou seria em Floraí,
Paraná?
Mas sei que o importante pintor Manabu Mabe quando jovem morou com os pais por lá. Eram agricultores. Mabe não gostava de trabalhar no campo, só de desenhar e pintar. Olhando por acaso o site do artista me deparei com uma paisagem de 1948 e desde então gosto de pensar que esse é o lugar onde existiu a fazenda do papai.

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